quarta-feira, 11 de abril de 2012

De flores e de sonhos

I

A paisagem na janela
Que me confunde
Na qual me escrevo sem cessar

As doses virginais de pecado
Que me esquecem
Nas quais te enxergo a deslizar

Façam-se os sonhos e as flores
Do mesmo barro fúnebre
Onde seu rosto sangra por mim

Misturem-se os sons
Dos acordes dissonantes da sua ilusão
E dos rios de vileza
Que confluem para o meu coração

Existe mais verdade
No sangue daquele em que cospem
Do que em toda a soberba
Que muitos vivem para professar

II

Não te quero porque te amo,
Te quero porque preciso de mim.
É a mim que vejo quando te toco,
É a mim que espero em teu olhar.

Quando “Eu” não fores mais,
Não mais haverá amor.
Haverá pena, sofrimento, solidão
Envolvidos por tecidos finíssimos (de desamor).

Não te ressintas de pessoa tão lamentável:
Sou apenas um sonho sem sonhador,
Uma flor sem jardim...

Sou fruto da insolúvel equação
Que mistura amor e matéria barata:
Mais possuo, menos sou!

Juljan Lima Palmeira
Em: 11/04/2012

3 comentários:

Zélia disse...

Mas, somos mais um com o outro.

Muito gostei! ;)

fábio cardoso disse...

"Quando “Eu” não fores mais,
Não mais haverá amor.
Haverá pena, sofrimento, solidão
Envolvidos por tecidos finíssimos (de desamor)."

o 1º verso é lindo. o poema orbita esse verso. lindo demais
: )

Letícia Palmeira disse...

Um sonho sem sonhador. Levo isto como dever de casa.