sexta-feira, 10 de novembro de 2017


Doença

No desespero dos dias
De um futuro sem cores
Um Homem se diz sincero
Um Homem franco atira dores
Dores suas, sombrias flores
Projéteis unicolores
Plenos em sua lacuna de sabores
Disparos de ódio, de tormento, de frustração
Criados pela inefável ausência da Visão
(uma falha restritiva, constitutiva do Mal
filha da viciosa e sempre rutilante Ilusão
da certeza, que o põe em um imundo pedestal).

Atingido pelos disparos
outro homem caminhava
pelos destroços da sua alma
com a pueril inocência do escritor moderno
Este é o homem que quer apenas ser
apesar de sua anuência
com o fato de que
esta é a terra do parecer
do antissaber
dos deuses, dos heróis, dos imortais laureados,
os quais, para seu cinismo doentio,
encontram servos que jantem em seu desprezível brio.

Não importam ao voraz atirador
 - em sua diabólica pureza divina - 
as dores do homem fulminado.
Quer vê-lo a seus pés,
rastejando como um cão moribundo
Os estilhaços acertam minha consciência vã
Enquanto contemplo as belezas de um mundo plural
Diverso, Multicolorido, Cosmopolita, Transcendental,
travado em pequenos visores
necessários utilitários
ainda que limitadores...

Juljan Lima Palmeira – 10/11/17

Fonte da imagem:
14/08/15 – Acessado em: 10/11/17

Um comentário:

Zélia disse...

Feliz por você! "In spite of all the danger", seu traçado se redesenha em uma poética de luz.